segunda-feira, 20 de julho de 2009

Desenvolvimento Moral


Situações de agressão em sala de aula, ou dentro da escola em geral, já não são mais motivos de “espanto” para nenhum professor. Eu me questiono muito sobre isso, apesar das leituras me fazerem compreender que existem fatores no desenvolvimento da criança que necessitam ser vistas por um outro ângulo, penso que não adianta apenas compreender o porquê dessas ações, precisamos mesmo é de ações que sejam de real validade para que a escola não seja mais vista como um “ring”.

Hoje em dia é muito comum professores sem saber o que fazer com tamanha agressão que presenciam diariamente. Neste semestre estudamos sobre a teoria da aprendizagem, e compreendemos que o processo para que o aluno saia da heteronomia e passe à autonomia é delicado e requer muito cuidado, porém, configura-se como uma peça-chave do conhecimento para o seu desenvolvimento moral. A autonomia é o principal fator que leva a aprendizagem em qualquer âmbito. Quando a pessoa pensa por ela mesma, cria estratégias e torna-se capaz de avaliar situações e refletir por si só em relação a um determinado assunto. “O pensamento moral autônomo permite que a pessoa reaja a partir de uma norma, mas tendo consciência para avaliar seu contexto” .(PICETTI, Jaqueline dos Santos. Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?)

O trabalho para conscientização de que agressão física não leva a nada, requer também que tenhamos compreensão de que no mundo atual os pais estão "educando" seus filhos de forma a nunca recber um "não", e qu por isso, muitas vezes a aceitação de outras formas de relacionamento sejam dificilmente acietas. Porém, cabe à escola mostrar para estes alunos que a vida nem sempre é do jeito que a gente quer e que os "nãos" estão por toda a parte, sendo que não é através da agressão que o mundo vai girar à sua forma. Desta forma, a autoridade que desempenhamos é essencial para a construção de ações em conjunto, de estratégias pensadas também pelos alunos, sem perder de vista que estas são necessárias, bem como o respeito para com o professor, para o bom andamento não só da escola, mas da sociedade como um todo. “A autoridade do professor é inerente a sua função e necessária ao ato pedagógico. O prestígio ou a autoridade está presente na relação professor-aluno, e, para que seja possibilitado o desenvolvimento da autonomia moral, o professor precisa fazer com que a criança sinta-se participante ativa na organização das regras e nas decisões da sala de aula. Ela precisa ser solicitada para trabalhar em grupo (ARAÚJO, 1996).”

Um comentário:

Anice - Tutora PEAD disse...

É bem grave mesmo o fato da agressão já não ser mais encarada com espanto, porque isso significa que tornou-se "normal". Não compete somente aos professores o combate a violência e a autonomia do indivíduo. É um trabalho conjunto da escola com a família e as autoridades competentes. Abraço, Anice.