terça-feira, 27 de novembro de 2007

Teatro, aula única

" A vida é uma peça de teatro, que não permite ensaios. Por isso, cante, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos..."
Em nosso bloco único da disciplina de Teatro tivemos a oportunidade de estudar um pocuo mais sobre esta arte que encanta a todos...
Descobrimos que fazer teatro vai muito além de uma simples encenação. Todos somos atores, basta deixar entregar-se ao ambiente, deixar a liberdade e a criatividade fluir... não se trata de talento e sim de entrega.
O teatro é uma ótima ferramenta de trabalho para o professor, através dele podemos fazer com que sentimentos sejam aflorados, a inibição aos poucos vá embora, a espontaneidade apareça...
além de ser um trabalho que depende muito do grupo, tanto dos atores como da platéia (que neste âmbito assume suma importância), desenvolvendo assim os valores relativos a socialização, respeito, concentração.
Teatro e jogo se assemelham muito pois ambos desencadeiam oportunidades de livre criação, já que o ambiente criativo inspira isso. A criança se sente livre quando brinca, assim como no teatro, que serve como uma plataforma para novas experiências.
O trabalho teatral não deve dar ênfase somente ao "final", ao "produto", e sim estabelecer uma relação de importância em todos os momentos, desde o mais simples, incluindo todas as atividades preparatórias até o último momento.
O teatro faz com que as pessoas tenham mais consciência da sua realidade, pois precisam compreender o seu contexto para poder desfrutar dele e utilizá-lo em novos personagens, fazendo um elo, entre o seu ser e o que tem por vir... "El teatro no puede desaparecer porque es el único arte donde la humanidad se enfrenta a si misma." Arthur Miller (grande autor americano de teatro).
Para que se tenha teatro são necessários três elementos fundamentais: o texto, personagem e público, assim, se durante uma aula as abordagens fizerem uso destes três elementos, teremos teatro em sala de aula!
Prática...
Em sala de aula, resolvi realizar uma prática em dois momentos...
No primeiro dia, realizei atividades que envolviam de certa forma alguns conteúdos e personagens conhecidos.
No segundo dia, trabalhei livremente, cada um com seu imaginário, com sua criação e imaginação... veremos o resultado...
Primeira Parte...

Na primeira atividade, os alunos ficaram dispostos em círculo na sala de aula. Eu fui questionando-os sobre a foto em si: o que ela significa, qual sua importância, que tipos de fotos eles teriam em casa, quais as mais comuns, etc.
Então propus a eles que nós nos "fingíssemos" de fotos. Dividi a turma em dois grupos (como tenho 10 alunos, e um faltou a aula no dia, ficou um grupo de 4 e um de 5) e pedi que escolhessem uma fotos que tivessem em casa para representá-las. Foram escolhidas as fotos de aniversário, Primeira Conhunhão e casamento. Eles gostaram muito da atividade e participaram realmente remetendo às pessoas que lembraram estar presentes na foto e suas "poses".
*Aqui, na foto, a representação de uma foto de casamento.
Na atividade 2, como estávamos em um projeto sobre Vida Saudável, pedi para que em grupos menores (de três e dois alunos) que representassem como se tivessem em fotos ou revistas, mostrando alguns hábitos saudáveis de vida, envolvendo higiene, etc. Eles escolheram "fotos" como lavar as mãos, tomar banho, mater a casa arrumada, lavar legumes e verduras, lavar as mãos, ler um livro e desligar a tv, e foram muito criativos em suas poses além de utilizar objetos de dentro da sala para compor o retrato.
*Na foto: cortar as unhas, tomar banho e deligar a tv e ler um livro.

Na atividade 3, falamos sobre os contos de fadas, que tínhamos trabalhado em um outro projeto anterior a esse, e propus que cada grupo (a turma dividida no meio) apresentasse a história de um conto de fadas através de 4 ou 5 "fotos" das cenas que achassem mais interessantes e importantes para o entendimento da história.

O 1º grupo, fez da história da Chapeuzinho Vermelho e utilizou as seguintes cenas: 1- lobo mostrando o caminho pra chapeuzinho(2 guardas escondidos); 2- lobo batendo na casa da vovó; 3- Chapeuzinho na casa da vovó, com o lobo vestido de vovó; 4- Os dois guardas prendem o lobo.
*Fotos do grupo 1

O segundo grupo fez sobre a história da Cinderela e utilizou as seguintes cenas: 1- Cinderela chorando a morte do pai; 2- Cinderela sofrendo nas mãos da madrasta; 3- Fada madrinha arrumando Cinderela pro Baile; 4- príncipe colocando o sapatinho.
*Fotos do grupo 2
Esta primeira parte foi muito interessante, pois eles se sentiram bem livres pra criar, pois já estavam imersos nos conteúdos estudados, o que facilitou a criação com segurança e liberdade.
Segunda Parte...
Na atividade 4 fomos para a rua. Lá, no pátio da Igreja ao lado da escola, onde fazemos Educação Física embaixo da sombra das árvores, brinquei com eles de "estátua". Eu ia contando os tempos, até 10, e no 10 eles tinham que parar em "estátuas". Ficaram tão imersos naquele "estátua" que não queriam mais para de brincar!! A contagem do tempo até 10 também facilita a montagem de uma estátua, pois estão integrados com o tempo que dispõem para criar.
*Foto da atividade 4
Na atividade 5, pedi para que no tempo 10 eles parassem em estátua, mas interagindo com os colegas, de forma que os dois representassem uma "estátua" só. Foi muito interessante, pois eles só procuravam um par depois dos tempos 8 ou 9, antes, ficavam observando bem os colegas em seus passos em compasso com o tempo.
* Foto da atividade 5

A última atividade foi a de formação de esculturas. Onde os alunos deveriam um a um formar uma escultura humana, um por um, fazendo uma pose que se encaixasse na pessoa que formou a parte da escultura anteriormente. A atividade ficou riquíssima, pois no início eles estavam se habituando com a utilização do espaço com os outros colegas, mas no final já estavam familiarizados e puderam expressar-se corporalmente com bem mais facilidade.
* Foto da atividade 6
Conclusões...
Percebi que todas as atividades foram desenvolvidas pelos alunos com muito gosto, todos ficaram bem empolgados e participaram com entusiasmo. Porém, ao analisarmos com mais clareza, podemos perceber que realmente as atividades que mais eles "se soltaram" foram as da segunda parte. Nas atividades da primeira parte, tive a impressão de eles estarem "presos" e apesar de representarem muito bem aquilo que foi proposto, parecia realmente uma mera imitação, sem muito aprofundamento.
Na segunda parte da aula, eles interagiram de forma mais acentuada, pude perceber a entrega a um personagem não existente, pois parecia que eles mesmos, sem que eu dissesse nada relacionado a isso, quando faziam as poses, em cada pose percebia uma expressão diferente, de um ser diferente, que mesmo sem utilizar a fala, remetia a um mundo diferente.
Eles entraram de cabeça, tanto que não queriam mais parar. Quando chegou na atividade 6, lá pelas últimas vezes que realizamos a prática, era espontâneo a entrega um a um para compor a escultura. Realmente foram aulas muito proveitosas, principalmente porque consegui identificar no concreto as diferenças entre os tipos de atividades teatrais que podem ser desenvolvidas em sala de aula, assim como o resultado, dentro do processo das atividades para a vida dos alunos...
Assim, esta interdisciplina só veio aumentar o meu prestígio por essa prática tão encantadora e incentivar a utilizá-la mais em sala e aula, pois a maioria dos professores peca, visto que o teatro somente é utilizado em síntese de conteúdos ou apresentações em datas comemorativas, esquecendo-se da importância que estas atividades de livre expressão...
Fica a semente germinando em nossos saberes para dar frutos de felicidade, antes que as cortinas da vida se fechem e não recebamos aplausos...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Filme: Doze Homens e uma sentença



O filme doze homens e uma sentença é muito instigante.

Trata-se da história de doze jurados que precisam decidir se um jovem é culpado ou inocente em relação ao assassinato de seu pai.

Dos doze jurados, onze estão certos de que ele é culpado, mas um deles não tem certeza e começa a mostrar para os outros algumas evidências que poderiam justificara inocência do jovem.
Durante o filme, o jurado vai mostrando elementos que vão convencendo pouco a pouco os outros. E sempre que ele percebia que alguém se convencia da não-culpa, pedia uma nova votação para demonstrar para os outros que aos poucos estava cresecendo e que não estava sozinho.
O filme nos faz refletir sobre vários aspectos dentro da educação, embora não trabalhe diretamente com nada disso. Primeiramente porque remete diretamente a um conselho de classe, em que os professores tem que decidir se o aluno reporva ou aprova, e em muitas vezes nem param pra pensar em todos os aspectos que esse aluno apresenta dentro da questão da aprendizagem. Com o filme podemos perceber que a nossa argumentação em prol de uma não-reprovação pode ter êxito!
Esse tipo de situação também acontece diariamente, quando temos que decidir se foi "ele" que bateu no outro ou não... Então o filme vem ao nosso encontro para refletirmos até que ponto eu estou levando as evicências dentro da sala de aula tão a sério sem elencar e balançar as argumentações.
Com as atividades de síntese e conceituação de evicência e argumentação no fórum, podemos ver que há uma preocupação geral dos professores em repensar os seus fazeres... Isso é um sinal de que a educação está caminhando para um rumo muito melhor que o atual!

Somos semeadores de estrelas...




"Ninguém é tão grande que não possa aprender, e nem tão pequeno que não possa ensinar..."



Escolhi a mensagem "o Semeador de estrelas" para abrir meu portifólio de aprendizagens justamente pelo seu caráter de incentivo. Ela nos faz ver que nós realmente somos semeadores de estrelas, nós temos uma grande quantidade de pessoas que estão formando suas personalidades em nossas mãos. Cada gesto que fizemos, contrubuirá de forma imensa paro o futuro de nossa sociedade.

Esta mensagem foi tirada do livro "O semeador de estrelas", de Dirceu Moreira, que conta uma história de coragem, de ousadia de um urso que decide apostar, passar por cima de medos históricos da sua cominudade e ver o que tinha na outra margem do lago...

Assim, começo meu portifolio deixando essa mensagem para que sirva de incentivo para que não só eu, mas todos os educadores, não deixem de apostar, de arriscar naquilo é novo, podendo muitas vezes ir contra a maré, mas se temos certeza do chão que pisamos, podemos arriscar e semear muitas e muitas estrelas...