segunda-feira, 20 de julho de 2009

Projeto de aprendizagem

Neste semestre novamente trabalhamos com Projetos de Aprendizagem. O que torna-se cada vez mais interessante o trabalho de pesquisa. Este semestre participei com as colegas sobre os estudos com a pergunta norteadora: "até onde o papel dos pais influencia na vida escolar do aluno?".


Foi muito interessante pesquisar sobre o assunto e descobrir que os pais cada vez mais tem tornado-se figuras indispensáveis para a melhora do rendimento escolar.
Quanto ao Projeto de Aprendizagem em si, creio que esta seja uma ferramenta muito interessante e vem ao encontro de vários estudos realizados no semestre. De acordo com a teoria da aprendizagem, o indivíduo para seu desenvolvimento integral necessita de troca, de relações de autonomia, pesquisa e reflexão. Da mesma forma, vimos que para que haja um desenvolvimento moral para combater a agressão nas escola é essencial a construçao dessa autonomia. Fica a dica da construção com os alunos de um Projeto de Aprendizagem que busque formas de mudança de comportamento na escola. Assim, poderão dar a sua opinião e promover estratégias próprias para a melhoria tanto do convívio como da própria aprendizagem.

Turma da Febeca


A inclusão social é um desafio atual muito delicado. Ao mesmo tempo que dentro das escolas não há preparo para receber alunos com necessidades especiais, tanto na parte física, como na parte de preparação dos profissionais, estes sujeitos precisam desenvolver-se e a escola precisa propiciar este desenvolvimento.
Muitas vezes o desafio maior, além do trabalho específico com os alunos especiais, é a aceitação dos outros no cotidiano. Uma maneira que ajuda muito a discussão sobre o assunto é a contação de histórias. Existe um site chamado Turma da Febeca:
http://www.megaterio.com.br/febeca/index.html
Onde o autor, Victor, elaborou diversas histórias envolvendo o tema de inclusão. Todas as personagens possuem algum tipo de necessidade especial, e transformam aquilo que "seria um problema", em algo postivo. Em forma de história em quadrinho, Victor consegue falar de maneira extremamente clara e objetiva que ter alguma necessidade especial não significa ser "menos" que outras pessoas.
A nós professores, frente ao desafio da inclusão, cabe procurar estratégias para que a sala de aula seja um espaço de aprendizagem para todos. Não é porque falta-nos materiais ou uma preparação mais consistentes que os sujeitos ficarão sem assistência ou atenção!
Não precisamos incluir apenas para dizer que estamos incluindo! Precisamos incluir porque é papel da escola rever as formas de inclusão existentes, pois de nada adianta somente matricular um aluno e dizer que isto é inclusão! Precisamos de forma efetiva fazer a diferença na vida de todos!

Desenvolvimento Moral


Situações de agressão em sala de aula, ou dentro da escola em geral, já não são mais motivos de “espanto” para nenhum professor. Eu me questiono muito sobre isso, apesar das leituras me fazerem compreender que existem fatores no desenvolvimento da criança que necessitam ser vistas por um outro ângulo, penso que não adianta apenas compreender o porquê dessas ações, precisamos mesmo é de ações que sejam de real validade para que a escola não seja mais vista como um “ring”.

Hoje em dia é muito comum professores sem saber o que fazer com tamanha agressão que presenciam diariamente. Neste semestre estudamos sobre a teoria da aprendizagem, e compreendemos que o processo para que o aluno saia da heteronomia e passe à autonomia é delicado e requer muito cuidado, porém, configura-se como uma peça-chave do conhecimento para o seu desenvolvimento moral. A autonomia é o principal fator que leva a aprendizagem em qualquer âmbito. Quando a pessoa pensa por ela mesma, cria estratégias e torna-se capaz de avaliar situações e refletir por si só em relação a um determinado assunto. “O pensamento moral autônomo permite que a pessoa reaja a partir de uma norma, mas tendo consciência para avaliar seu contexto” .(PICETTI, Jaqueline dos Santos. Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?)

O trabalho para conscientização de que agressão física não leva a nada, requer também que tenhamos compreensão de que no mundo atual os pais estão "educando" seus filhos de forma a nunca recber um "não", e qu por isso, muitas vezes a aceitação de outras formas de relacionamento sejam dificilmente acietas. Porém, cabe à escola mostrar para estes alunos que a vida nem sempre é do jeito que a gente quer e que os "nãos" estão por toda a parte, sendo que não é através da agressão que o mundo vai girar à sua forma. Desta forma, a autoridade que desempenhamos é essencial para a construção de ações em conjunto, de estratégias pensadas também pelos alunos, sem perder de vista que estas são necessárias, bem como o respeito para com o professor, para o bom andamento não só da escola, mas da sociedade como um todo. “A autoridade do professor é inerente a sua função e necessária ao ato pedagógico. O prestígio ou a autoridade está presente na relação professor-aluno, e, para que seja possibilitado o desenvolvimento da autonomia moral, o professor precisa fazer com que a criança sinta-se participante ativa na organização das regras e nas decisões da sala de aula. Ela precisa ser solicitada para trabalhar em grupo (ARAÚJO, 1996).”

domingo, 19 de julho de 2009

Diversidade etnico-racial

“Todo brasileiro, mesmo o alvo,
de cabelo louro,
traz na alma,
quando não no corpo,
a sombra,
ou pelo menos a pinta,
do indígena ou do negro...”

Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala


Gilberto Freyre traz nessa frase o que muitos não querem ouvir. Todos nós temos muito mais de negros e índios do que pensamos.

Depois das atividades realizadas neste semestre em relação à raça e etnia, concluo que a nossa sociedade ainda precisa aprender e muito a valorizar e respeitar todas as culturas. A escola é um espaço social onde será, para algumas crianças, local de reflexão sobre uma cultura de superioridade branca imposta há muitos anos. O termo índio, introduzido erromeamente, fez com que ocorresse anos mais tarde um gancho para que todas os seus grupos pudesses se unir e lutar para que a sua rica cultura não seja esfacelada, e sim cada vez mais respeitada, e no meu ponto de vista, vista também como exemplo de pessoas que lutam pelo que querem e dão exemplo de grupo social que foi ameaçado, e por vezes efetivamente, esmagado por uma cultura e modo de vida competamente diferente do que eram acostumados e ainda assim até hoje estão aí para nos ensinar valores lindos de vida.
Bem como os índios, a cultura negra também precisa ser valorizada, e o nosso papel aqui é ainda mais direto, pois o número de alunos negros que temos, em relação aos indios, é muito maior. Dentro de nossa sala de aula existem muito mais problemas provenientes de falta de aceitação da sua própria raça do que a gente imagina. Através do nosso trabalho de entrevista pude constatar isso com mais certeza. A baixa auto-estima do aluno negro é muito recorrente, e isso pode fazer com que ele também não se sinta pertencente àquele grupo dentro da sala de aula, ocasionando assim um sentimento de inferioridade e de precoce falta de potencial para aprendizagem (na cabeça do aluno). Cabe a nós, professores, fazer com que estes alunos consigam enxergar o quanto a sua individualidade é mportante, bem como a cultura que cada um pertence, sendo a cultura afro uma das mais ricas e importantes para nossa formação, sendo motivo de orgulho, e não de vergonha!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Formas de dominação

A partir do texto sobre Adorno, venho me perguntando se hoje em dia nós não estaríamos inseridos em uam espécie de Auschwitz "disfarçada", amenizada. Ouso em falar isso... Mas sustento minha afirmação com base em alguns tópicos. O que foi Auschwitz? Não foi uma demonstração de total falta de consideração com o outro? Uma demonstração de poder supremo? Uma demonstração de que o poder sobre os outros, ou a superioridade, traz mais sentido para a vida de quem domina do que qualquer outra coisa? Uma demonstração de que o ser humano precisa sentir-se superior? E o que vivemos hoje em nossa sociedade? Também não é a falta de valores? A ganância por TER o poder, ou SER melhor que o outro?
Assim, hoje em dia em nossas escolas o que mais vemos é este sentimento de dominação selvagem para com o próximo. O sentir-se melhor ou "maior" que o outro faz com que cada vez mais cresça e renove-se essa idéia de poder, que resultou em Auschwitz décadas atrás. Levando-se em consideração que no início do nazismo havia grande influência de vídeos e atitudes que exaltavam determinados grupos, hoje ocorre o mesmo. Assim, quem vive dentro de um ambiente em que o traficante comanda, jamais o desrespeitará, seguirá exatamente tudo o que ele disser. E isso se reflete dentro de nossa sala de aula. A tentativa desenfreada dos alunos de "dominarem", de se sentirem "superiores" está aumentando cada vez mais. Qual a escola em que o bullying não esteja presente hoje? o tentativa de pôr medo tanto na professora, como nos colegas, só nos mostra que os princípios de uma sociedade mais humana e igualitária estão indo para cada vez mais longe. É árdua nossa tarefa de enfrentar de cabeça erguida essa situação, mas cabe a nós, sermos de repente uma tábua de salvação para alguns alunos, apontando caminhos, princípios éticos, respeito às diferenças e principalmente ajudando eles a enxergarem a importância da sua autonomia para a sua vida.