domingo, 29 de novembro de 2009

O menino Selvagem

O garoto selvagem é um filme emocionante. Conta a hostória do menino, que posteriormente será chamado de Vitor. De acordo com as hipóteses construídas, Victor teria sido abandonado por volta dos 4 anos de idade, com indícios de cortes prositais em seu pescoço. Sendo assim, Victor foi criado isoladamente na mata, sem nenhum contato com a civilização. Por volta dos 12 anos ele foi capturado na selva e levado para uma escola de surdos, onde era tratado como uma aberração, motivo de visitação para conhecer o "animal" diferente. Então Jean conseguiu a guarda do menino e começou a tentar educá-lo. Victor não sabia andar com a postura ereta, nem em linha reta, não sabia comer, não sabia a serventia de objetos, não sabia principalmente se comunicar. Aos poucos Jean foi mostrando o mundo para Victor. Destaco como pontos principais desta educação os seguintes tópicos:
-> O menino só aprendia aquilo que lhe trazia gosto e interesse.
-> Por mais que o menino não soubesse falar, Jean sempre ressaltou a importância de falar olhando para o menino, pausadamente, com pronúncia devagar, também mostrando sempre em evidência o obejto que estava sendo mostrado.
-> Jean apostou na inteligência do menino, independente da sua origem.
-> Jean também tratou de ensinar-lhe o correto, o certo e o errado, não somente aquilo que seria a nível de sobrevivência.
Através destes pontos destacados podemos evidenciar um método de aprendizagem muito adequado, pois sempre valorizou a posição do menino, trabalhando sempre com estímulos positivos. Faço aqui uma alusão aos nossos Projetos Pedagógicos que abrangem principalmente o interesse do aluno. Quanto à questão da fala, alia-se à maneira como agimos com aqueles que não ouvem, a fala pausada, uso de gestos, etc. Além de todos os artefatos utilizados, Jean apostou em seu aluno e preocupou-se em ensiná-lo o certo e o errado moralmente, cabendo como exemplo a nós professores, que devemos ir muito além da lista de conteúdos. Victor é um exemplo de que toda criança é capaz de aprender!

domingo, 22 de novembro de 2009

As linguagens e o letramento


Na interdisciplina de letramento e alfabetização estudamos alguns tópicos essenciais para o trabalho de linguagem em sala de aula. Primeiramente, o ponto principal a ser explorado são as formas de leitura, escrita e fala. Não falamos, lemos e escrevemos da mesma forma. As diferenciações ocorrem pelos mais diversos moivos, seja regional, classial, etc. Sendo assim, devemos sempre observar com atenção a maneira do aluno se expressar a fim de respeitar a diversidade existente no grupo no qual estamos, o que não significa que não tenhamos que ensinar as formas mais adequadas do uso da língua nas mais diversas situações.
Torna-se extremamente complicado para o professor dentro da sala de aula tentar fazer com que o aluno deixe de falar "caRça" ou "ioRgute" se no contexto em que ele vive isso fala mais alto do que a professora explicando. O que devemos fazer é mostrar as diversas formas que temos para a expressão, mas que o cuidado com elas é de suma importância do cotidiano.
A escola foi "pensada" como instituição rígida de ensino de certo e errado, daí podemos pensar o motivo pelo qual seja tão difícil trabalhar o temido "português" com os alunos. A própria "matéria" como eles estão acostumados a chamar, já rotula como algo estático, onde se não seguirmos à risca as regras, estamos sendo automaticamente excluídos

Projeto de aprendizagem dentro de sala de aula


Neste semestre damos continuidade e aprofundamento com o trabalho sobre os Projetos de Aprendizagem. Na atividade 5 do Seminário Integrador, onde deveríamos nos posicionar frente às afirmações colocadas e assim debater em duplas argumentando em contra-argumentando, saliento a seguinte afirmação:
"O PA é uma proposta que não deve ser desenvolvida com crianças, pois estas têm dificuldades de perguntar e não têm estrutura cognitiva para entender a proposta. "
Creio que o Projeto de Aprendiagem tal e qual nós fazemos no PEAD realmente uma criança não tem condiçoes de desenvolver. Porém, nós como professores podemos utilizar a idéia central dos Projetos de Aprendizagem como base para um trabalho construtivo em sala de aula, adaptado ao nível de compreensão dos nossos alunos. O projeto base-a se em um assunto, em uma questão norteadora e em estratégias de estudo para descobrir as curiosidades relacionadas aos conhecimentos que já se tem e àqueles que estão sendo levantados. Nada de muito misterioso tem nisso. Na realidade nossos projetos de estudo dentro de sala de aula não passam muito longe desta idéia, a grosso modo. Táticas de investigação podem e devem ser incentivadas de sala de aula. Não necessitamos de internet nem de computador (remetendo também à outra afirmação da tese), basta usar a nossa criatividade( e a dos alunos também) e a diversidade de papel e caneta para registro dos estudos. Livrinhos, álbuns, revistas, tvs de sucata... uma infinidade de formas em que o PA pode ser apresentado. Minha conclusão é que para construirmos um PA precisamos apenas de pessoas que esteja motivadas a aprender, porque essas sim dao nó em pingo d'água e com a ajuda do professor, materiais diversos servem como apoio e suporte para estudo e pesquisa!

Educação de Jovens e Adultos... Diversidade em questão

Em nosso trabalho de confecção do Pôster realizamos entrevistas com professores da EJA para formarmos uma idéia mais sólida da realidade de sala de aula desta modalidade de educação. Primeiramente nosso estudo focalizou-se em fazer um levantamento das características que se assemelham ou distinguem os alunos JOVENS dos alunos ADULTOS. Elaboramos com o resultado da pesquisa a seguinte tabela:







Constatamos também as maiores dificuldades encontradas pelos professores dentro de sala de aula: falta de leitura, falta de concentração em atividades de interpretação e textos extensos, dificuldade de sintonia dentro de sala de aula em relação jovem (mais agitado, dificuldade em aceitar limites) - adulto (problemas de adaptação ao convívio com esse comportamento dos jovens), infreqüência, falta de responsabilidade na execução de tarefas e o desejo de estar em outros lugares.
A partir desse levantamento de dados, a discussão acerca de elementos fundamentais para um trabalho bem sucedido não pode passar longe de alguns tópicos como: uma equipe multidisciplinar de suporte para o trabalho com os alunos (saúde, psicologia...), persistência do professor em relação à motivação dos alunos e dele próprio, conhecimento e manejo das situações, diversificação, objetividade e estímulo, recursos materiais para aulas mais dinâmicas, formação de grupo de estudos com interesses semelhantes, formação pedagógica aos docentes e acolhimento aos alunos/ boa relação entre estes.
Desta forma, destaco uma passagem do nosso texto base: “Refletir sobre como esses jovens e adultos pensam e aprendem envolve, portanto, transitar pelo menos por três campos que contribuem para a definição de seu lugar social: a condição de “não-crianças”, a condição de excluídos da escola e a condição de membros de determinados grupos culturais.” (OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. Trabalho apresentado na XXII Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, setembro de 1999). Creio que esta frase resuma bem o trabalho com EJA. Trabalhar dentro desta diversidade requer uma abertura mais ampla do professor para a compreensão de um processo de aprendizagem "não esperada" nos moldes da escola atual. O professor entra aí como articulador de novas aprendizagens para este grupo que provém de uma história de vida diferente do aluno em faixa etária dita "normal", para assim poder criar um clima dentro da sala de aula com que os alunos se identifiquem e possam trabalhar em um ambiente que seja acolhedor às suas necessidades!


domingo, 15 de novembro de 2009

Piaget

"Jean Piaget nasceu a 9 de Agosto de 1896 na cidade de Neuchâtel, na Suíça. Estudou Ciências Naturais na Universidade de Neuchâtel. Frequentou a Universidade de Zurique onde contatou com a psicanálise. Trocou a Suíça pela França onde realizou os seus primeiros estudos experimentais de psicologia do desenvolvimento. Em 1923 casou com Valentine Châtenay. Deste casamento teve três filhas: Jacqueline, Lucienne e Laurent, cujo desenvolvimento intelectual foi meticulosamente estudado por Piaget.
Piaget revolucionou as concepções de inteligência e de desenvolvimento cognitivo partindo de pesquisas baseadas na observação e em entrevisrtas que realizou com crianças. Interessou-se fundamentalmente pelas relações que se estabelecem entre o sujeito que conhece e o mundo que tenta conhecer. É considerado epistemólogo genético por investigar a natureza e a gênese do conhecimento nos seus processos de desenvolvimento.
Na década de 50, funda o Centro Internacional de Epistemologia Genética da Faculdade de Ciências da Universidade de Genebra, de onde saíram importantes obras sobre Psicologia Cognitiva.
Desenvolveu estudos sobre os próprios processos metodológicos, o método clínico e a observação naturalista. Estes métodos correspondem a importantes avanços na investigação em Psicologia.
Como epistemólogo, procurou determinar cientificamente o processo de construção do conhecimento. Nos últimos anos da sua vida centrou os seus estudos no pensamento lógico-matemático.
Piaget não propõe um método de ensino, mas apresenta uma teoria do desenvolvimento cognitivo cujos resultados são utilizados por psicólogos e pedagogos. Tornou-se conhecido como o mais destacado especialista cognitivo em Psicologia, destacando-se o carácter interdisciplinar e criativo que orientou as suas investigações."
(CAPÍTULO 2.2 DA TESE APRENDIZAGEM AMOROSA NA INTERFACE ESCOLA – PROJETO DE APRENDIZAGEM – TECNOLOGIAS DIGITAIS, por Luciane M. Corte Real no PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO DA UFRGS – PGIE/UFRGS, 2007.)
Assim como Comênio, Piaget configura-se como um ponto de referência para a Pedagogia. Através de seus estudos, sabemos hoje a importência do outro para o nosso desenvolvimento.
Piaget pontua que nosso desenvolvimento cognitivo anda de mãos dadas com o afetivo, por isso, o outro é uma figura indispensável para nossa aprendizagem. Os dois caminham juntos, e dão suporte para que o sujeito aos poucos, vá se desenvolvendo e modificando a sua visão de mundo. O egocentrismo, presente no início da vida das crianças, deverá dar lugar a uma descentralização, ou seja, o indivíduo começa a interagir com o mundo de forma a compreender o que se passa ao seu redor, distinguindo-as do seu próprio “eu”, tendo assim, capacidade de reversibilidade. A partir do momento em que a criança consegue voltar a sua afetividade ao outro, reconhecendo este outro como um “não-eu” a descentralização vai configurando-se e a autonomia solidificando-se. Na interação com o outro, ela vai descobrindo novas formas de ver o mundo e estruturar as suas próprias “regras” de vida, pois vai criando a capacidade de colocar-se no lugar do outro, podendo ver com mais clareza que as suas atitudes interferem na vida do próximo, e em intercâmbio com esse próximo, a aprendizagem acontece, visto que a sua maneira de pensar vai transformando-se cada vez mais através de suas experiências.
A afetividade entra neste processo de forma muito forte, já que estamos falando da interação com o outro, com o que está fora de mim.
O professor Eliseo lança no fórum a questão sobre a existência de uma afetividade no mundo ead. Creio que as colegas salientaram bem que não é porque estamos a distância, que não criamos vínculos com professores e colegas, já que utilizamos os mais diversos meios para manter contato e também as aulas presenciais fortalecem este vínculo. Porém, as colegas também colocaram a idéia de que a impessoalidade através do computador pode fazer com que estas relações não sejam tão profundas, pois não temos a expressão, o toque, a voz daquela pessoa próxima de nós, o que poderia estreitar ainda mais os laços afetivos. Tendo em vista que somos “crescidinhas” e que dispomos de outros meios para relacionarmos mais fortemente com as pessoas, não penso que a modalidade ead acabe por prejudicar essa afetividade, mas penso que nos dias de hoje, essa nova geração que está sendo criada em frente ao computador possa ter defasagem neste área. Não é muito raro encontrar pré- adolescentes relatando que prefere ficar em frente ao computador através do MSN ou orkut, do que pessoalmente com os amigos. Esta impessoalidade desde cedo acaba fazendo com que estes pontos comentados acima possam fazer falta para a construção psíquica mais sólida (voz, o toque, a expressão, etc).
No meu ponto de vista as crianças de agora estão muito mais “frias” umas com as outras no contato pessoal. Não desmereço a tecnologia como forma de aproximação das pessoas, apenas acho que ela não deva prevalecer ao contato pessoal, a experiência “ao vivo” com o outro, e a geração atual não está “entendendo” isso. Creio que nós como professores tenhamos que desempenhar o papel de resgatar essa troca com o outro fisicamente para poder dar um suporte sólido e boas oportunidades de interação com o outro, para assim desenvolver-se cognitivamente e afetivamente de forma intensa.
Assim, apesar dos estudos deste mestre serem antigos, assim como Comênio, Piaget traz questões muito atuais a serem colocadas em prática no sentido de fazer com que o nosso aluno se desenvolva cada vez mais por inteiro, por completo, dentro das necessidades atuais, sem esquecer que sua base de formação da aprendizagem deve ser observada de acordo com as suas potencialidades, bem como ele nos coloca.

domingo, 8 de novembro de 2009

Surdo ou deficiente auditivo?

A interdisciplina de LIBRAS vem para abrir nossas idéias em relação à diversidade, assim como tantas outras no curso (Inclusão, Etnico-raciais, etc). Porém, esta para mim tem um gostinho especial, pois este mundo das pessoas que não ouvem em um outro mundo extremamente movido a som desperta-me muita curiosidade.
Uma das primeiras aprendizagens relaciondas à LIBRAS foi a diferenciação de SURDO e DEFICIENTE AUDITIVO. Deficiente auditivo é aquela pessoa que tem problemas de audição, e o surdo também, mas o que diferencia um do outro é que o surdo assume uma identidade surda, frequenta a comunidade surda e se comunica através da LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS.
Sendo assim, a LIBRAS vêm para servir como uma forma de comunicação a (nivel nacional). Ela é baseada em configuração de mão, Locação, Movimentos, Orientação das mãos, Expressão facial e/ou corporal. ou seja, todos os movimentos feitos devem observar o formato em que a mão está, a localização da mão e a expressão facial. Com base nisso, devemos pensar nas formas mais adequadas que nós ouvintes, desconhecedores da LIBRAS, podemos fazer para que haja uma boa comincação, como por exemplo falar pausadamente, olhando pra pessoa, se possível fazendo uma expressão facial que possibilite-o a entender pelo menos a idéia de que estou falando, arriscaria também alguns gestos caso . A escrita também seria uma forma adequada, quando estamos em um ambiente que possibilita a escrita, ainda que a tecnologia hoje facilite muito via tefefone, MSN, etc. O contato visual é o que norteia a conversa. Por vezes vemos muitas pessoas falando alto com as pessoas surdas, o que sabemos que não faz diferença, visto que a visão configura-se como peça fundamental para a comunicação.
Assim, solidifico cada dia mais a minha opinião de que possuir algum problema orgânico não é motivo tanto para discriminação dos outros como forma de preconceito, quanto para si mesmo, pois a sociedade atual, por mais preconceituosa que seja com aquele que não assume os padrões básicos (loiro, alto, magro, bonito, perfeito), ao mesmo tempo disponibiliza meios para que a própria pessoa encontre maneiras de exaltar o melhor que há nela. Creio que a comunidade surda faz isso com grande desenvoltura, pois conhecendo um pouco mais dessas características, fico pensando qual outra comunidade de “ouvintes” que é tão unida e tão bem organizada como esta? Nenhuma. A identidade surda é motivo para orgulho, pois faz com que a união reforce um modo de vida que traz alegria, união e força, e não sofrimento.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Didática Magna



Em 1638 Comênio conclui a sua Obra "Didática Magna". Observe agora 4 princípios básicos de como a sua idéia era estruturada:

"1. A consideração do aluno: Este elemento é da maior importância, até porque em muitas pedagogias tradicionais, o aluno, suas necessidades e suas capacidades não são consideradas, o enfoque da pedagogia se concentra no professor e nos conteúdos a serem trabalhados. Ao contrário disso, Comênio chama a atenção para respeitar a capacidade de compreensão do aluno (cap. 162), não sobrecarregar as aulas, progredir do fácil para o difícil, cuidar da motivação dos alunos (cap. 17), animar os alunos a ensinarem uns aos outros (cap. 18) e alterar o trabalho com descanso através de conversa, brincadeira ou música (cap. 15).

2. O ensino igual para todos: Como Comênio já explica no prefácio, a importância da educação para o ser humano exige uma educação para homens e mulheres e para todos os grupos sociais.

3. O realismo do ensino: A aprendizagem deve começar, segundo Comênio, a partir dos sentidos, da percepção, da experiência do aluno, e não a partir de teorias abstratas. Neste sentido, Comênio acusa as escolas de formarem alunos que normalmente só conseguem repetir nomes e conceitos sem compreenderam do que estão falando. Contra isso, ele propõe que os alunos façam experiências por conta própria e aprendam a partir das próprias observações e não somente repetindo o que outras pessoas disseram (cap. 18).

4. Finalmente queremos destacar a importância que Comênio atribui ao bom relacionamento entre professor e aluno como fundamento para a aprendizagem do aluno (cap.19)."

Podemos dizer que estas idéias são ultrapassadas? Fora da atualidade? Sem fundamentação nenhuma? É muito estranho, que ao passar de tantos anos as suas idéias não estejam tão distantes do nosso dia- a -dia. Será que os alunos continuam os mesmos? Certamente que não! Será que os professores continuam os mesmos? Evidente que não! Ou seriam os estudiosos da área que não se aprofundaram? Grande engano! O tempo passou, as pessoas mudaram, a educação ganhou novas formas, mas a essência da verdadeira educação não muda, diante de qualquer tempo ou espaço. Estes quatro princípios citados acima a cada dia que passa tornam-se cada vez mais atual, porque não fala de uma aprendizagem superficial e sim destaca a importância de uma aprendizagem como experiência de vida, e princípios de respeito, dignidade e vontade de aprender são imortais e indispensáveis a qualquer ser humano, em qualquer época.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Nosso ofício carrega uma longa memória...


Prefiro pensar que o aprendizado vem dos primeiros contatos e vivências dos mestres que por longos anos tivemos, desde o maternal. As lembranças dos mestres que tivemos podem ter sido nosso primeiro aprendizado como professores. Suas imagens nos acompanham como as primeiras aprendizagens. (...) Repetimos traços de nossos mestres que, por sua vez, já repetiam traços de outros mestres. Esta especificidade do processo de nossa socialização profissional nos leva a pensar em algumas marcas que carregamos. São marcas permanentes e novas, ou marcas permanentes que se renovam, que se repetem, se atualizam ou superam”. (Miguel Arroyo, Ofício de Mestre, 2002, p. 124)



Ao ler este excerto de Miguel Arroyo, fiquei me perguntando onde estariam as minhas marcas configuradas pela presença de meus primeiros professores, e pensando bem, elas estão muito mais nítidas do que eu pensava. Vejo que a influência da minha primeira professora não é tão forte, mas a professora da Primeira série sim! Talvez este seja um dos motivos também pela minha paixão por alfabetização. Lembro-me perfeitamente da sua doçura ao nos tratar com calma, mas com severidade quando necessário, sempre estando com seu colo cheio de crianças fazendo fila pra sentar. Assim também sou eu, com esta característica de ao mesmo tempo amabilidade e "severidade" quando necessário. Creio que esta seja uma das principais características e mais importantes da educação de qualidade.

Fico agora pensando... será que algum dia, algum aluno meu também carregará dentro da sua profissão algum traço que eu deixei? Certamente ficarei muito orgulhosa se isso ocorrer!