domingo, 29 de novembro de 2009

O menino Selvagem

O garoto selvagem é um filme emocionante. Conta a hostória do menino, que posteriormente será chamado de Vitor. De acordo com as hipóteses construídas, Victor teria sido abandonado por volta dos 4 anos de idade, com indícios de cortes prositais em seu pescoço. Sendo assim, Victor foi criado isoladamente na mata, sem nenhum contato com a civilização. Por volta dos 12 anos ele foi capturado na selva e levado para uma escola de surdos, onde era tratado como uma aberração, motivo de visitação para conhecer o "animal" diferente. Então Jean conseguiu a guarda do menino e começou a tentar educá-lo. Victor não sabia andar com a postura ereta, nem em linha reta, não sabia comer, não sabia a serventia de objetos, não sabia principalmente se comunicar. Aos poucos Jean foi mostrando o mundo para Victor. Destaco como pontos principais desta educação os seguintes tópicos:
-> O menino só aprendia aquilo que lhe trazia gosto e interesse.
-> Por mais que o menino não soubesse falar, Jean sempre ressaltou a importância de falar olhando para o menino, pausadamente, com pronúncia devagar, também mostrando sempre em evidência o obejto que estava sendo mostrado.
-> Jean apostou na inteligência do menino, independente da sua origem.
-> Jean também tratou de ensinar-lhe o correto, o certo e o errado, não somente aquilo que seria a nível de sobrevivência.
Através destes pontos destacados podemos evidenciar um método de aprendizagem muito adequado, pois sempre valorizou a posição do menino, trabalhando sempre com estímulos positivos. Faço aqui uma alusão aos nossos Projetos Pedagógicos que abrangem principalmente o interesse do aluno. Quanto à questão da fala, alia-se à maneira como agimos com aqueles que não ouvem, a fala pausada, uso de gestos, etc. Além de todos os artefatos utilizados, Jean apostou em seu aluno e preocupou-se em ensiná-lo o certo e o errado moralmente, cabendo como exemplo a nós professores, que devemos ir muito além da lista de conteúdos. Victor é um exemplo de que toda criança é capaz de aprender!

domingo, 22 de novembro de 2009

As linguagens e o letramento


Na interdisciplina de letramento e alfabetização estudamos alguns tópicos essenciais para o trabalho de linguagem em sala de aula. Primeiramente, o ponto principal a ser explorado são as formas de leitura, escrita e fala. Não falamos, lemos e escrevemos da mesma forma. As diferenciações ocorrem pelos mais diversos moivos, seja regional, classial, etc. Sendo assim, devemos sempre observar com atenção a maneira do aluno se expressar a fim de respeitar a diversidade existente no grupo no qual estamos, o que não significa que não tenhamos que ensinar as formas mais adequadas do uso da língua nas mais diversas situações.
Torna-se extremamente complicado para o professor dentro da sala de aula tentar fazer com que o aluno deixe de falar "caRça" ou "ioRgute" se no contexto em que ele vive isso fala mais alto do que a professora explicando. O que devemos fazer é mostrar as diversas formas que temos para a expressão, mas que o cuidado com elas é de suma importância do cotidiano.
A escola foi "pensada" como instituição rígida de ensino de certo e errado, daí podemos pensar o motivo pelo qual seja tão difícil trabalhar o temido "português" com os alunos. A própria "matéria" como eles estão acostumados a chamar, já rotula como algo estático, onde se não seguirmos à risca as regras, estamos sendo automaticamente excluídos

Projeto de aprendizagem dentro de sala de aula


Neste semestre damos continuidade e aprofundamento com o trabalho sobre os Projetos de Aprendizagem. Na atividade 5 do Seminário Integrador, onde deveríamos nos posicionar frente às afirmações colocadas e assim debater em duplas argumentando em contra-argumentando, saliento a seguinte afirmação:
"O PA é uma proposta que não deve ser desenvolvida com crianças, pois estas têm dificuldades de perguntar e não têm estrutura cognitiva para entender a proposta. "
Creio que o Projeto de Aprendiagem tal e qual nós fazemos no PEAD realmente uma criança não tem condiçoes de desenvolver. Porém, nós como professores podemos utilizar a idéia central dos Projetos de Aprendizagem como base para um trabalho construtivo em sala de aula, adaptado ao nível de compreensão dos nossos alunos. O projeto base-a se em um assunto, em uma questão norteadora e em estratégias de estudo para descobrir as curiosidades relacionadas aos conhecimentos que já se tem e àqueles que estão sendo levantados. Nada de muito misterioso tem nisso. Na realidade nossos projetos de estudo dentro de sala de aula não passam muito longe desta idéia, a grosso modo. Táticas de investigação podem e devem ser incentivadas de sala de aula. Não necessitamos de internet nem de computador (remetendo também à outra afirmação da tese), basta usar a nossa criatividade( e a dos alunos também) e a diversidade de papel e caneta para registro dos estudos. Livrinhos, álbuns, revistas, tvs de sucata... uma infinidade de formas em que o PA pode ser apresentado. Minha conclusão é que para construirmos um PA precisamos apenas de pessoas que esteja motivadas a aprender, porque essas sim dao nó em pingo d'água e com a ajuda do professor, materiais diversos servem como apoio e suporte para estudo e pesquisa!

Educação de Jovens e Adultos... Diversidade em questão

Em nosso trabalho de confecção do Pôster realizamos entrevistas com professores da EJA para formarmos uma idéia mais sólida da realidade de sala de aula desta modalidade de educação. Primeiramente nosso estudo focalizou-se em fazer um levantamento das características que se assemelham ou distinguem os alunos JOVENS dos alunos ADULTOS. Elaboramos com o resultado da pesquisa a seguinte tabela:







Constatamos também as maiores dificuldades encontradas pelos professores dentro de sala de aula: falta de leitura, falta de concentração em atividades de interpretação e textos extensos, dificuldade de sintonia dentro de sala de aula em relação jovem (mais agitado, dificuldade em aceitar limites) - adulto (problemas de adaptação ao convívio com esse comportamento dos jovens), infreqüência, falta de responsabilidade na execução de tarefas e o desejo de estar em outros lugares.
A partir desse levantamento de dados, a discussão acerca de elementos fundamentais para um trabalho bem sucedido não pode passar longe de alguns tópicos como: uma equipe multidisciplinar de suporte para o trabalho com os alunos (saúde, psicologia...), persistência do professor em relação à motivação dos alunos e dele próprio, conhecimento e manejo das situações, diversificação, objetividade e estímulo, recursos materiais para aulas mais dinâmicas, formação de grupo de estudos com interesses semelhantes, formação pedagógica aos docentes e acolhimento aos alunos/ boa relação entre estes.
Desta forma, destaco uma passagem do nosso texto base: “Refletir sobre como esses jovens e adultos pensam e aprendem envolve, portanto, transitar pelo menos por três campos que contribuem para a definição de seu lugar social: a condição de “não-crianças”, a condição de excluídos da escola e a condição de membros de determinados grupos culturais.” (OLIVEIRA, Marta Kohl de. Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. Trabalho apresentado na XXII Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, setembro de 1999). Creio que esta frase resuma bem o trabalho com EJA. Trabalhar dentro desta diversidade requer uma abertura mais ampla do professor para a compreensão de um processo de aprendizagem "não esperada" nos moldes da escola atual. O professor entra aí como articulador de novas aprendizagens para este grupo que provém de uma história de vida diferente do aluno em faixa etária dita "normal", para assim poder criar um clima dentro da sala de aula com que os alunos se identifiquem e possam trabalhar em um ambiente que seja acolhedor às suas necessidades!


domingo, 15 de novembro de 2009

Piaget

"Jean Piaget nasceu a 9 de Agosto de 1896 na cidade de Neuchâtel, na Suíça. Estudou Ciências Naturais na Universidade de Neuchâtel. Frequentou a Universidade de Zurique onde contatou com a psicanálise. Trocou a Suíça pela França onde realizou os seus primeiros estudos experimentais de psicologia do desenvolvimento. Em 1923 casou com Valentine Châtenay. Deste casamento teve três filhas: Jacqueline, Lucienne e Laurent, cujo desenvolvimento intelectual foi meticulosamente estudado por Piaget.
Piaget revolucionou as concepções de inteligência e de desenvolvimento cognitivo partindo de pesquisas baseadas na observação e em entrevisrtas que realizou com crianças. Interessou-se fundamentalmente pelas relações que se estabelecem entre o sujeito que conhece e o mundo que tenta conhecer. É considerado epistemólogo genético por investigar a natureza e a gênese do conhecimento nos seus processos de desenvolvimento.
Na década de 50, funda o Centro Internacional de Epistemologia Genética da Faculdade de Ciências da Universidade de Genebra, de onde saíram importantes obras sobre Psicologia Cognitiva.
Desenvolveu estudos sobre os próprios processos metodológicos, o método clínico e a observação naturalista. Estes métodos correspondem a importantes avanços na investigação em Psicologia.
Como epistemólogo, procurou determinar cientificamente o processo de construção do conhecimento. Nos últimos anos da sua vida centrou os seus estudos no pensamento lógico-matemático.
Piaget não propõe um método de ensino, mas apresenta uma teoria do desenvolvimento cognitivo cujos resultados são utilizados por psicólogos e pedagogos. Tornou-se conhecido como o mais destacado especialista cognitivo em Psicologia, destacando-se o carácter interdisciplinar e criativo que orientou as suas investigações."
(CAPÍTULO 2.2 DA TESE APRENDIZAGEM AMOROSA NA INTERFACE ESCOLA – PROJETO DE APRENDIZAGEM – TECNOLOGIAS DIGITAIS, por Luciane M. Corte Real no PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO DA UFRGS – PGIE/UFRGS, 2007.)
Assim como Comênio, Piaget configura-se como um ponto de referência para a Pedagogia. Através de seus estudos, sabemos hoje a importência do outro para o nosso desenvolvimento.
Piaget pontua que nosso desenvolvimento cognitivo anda de mãos dadas com o afetivo, por isso, o outro é uma figura indispensável para nossa aprendizagem. Os dois caminham juntos, e dão suporte para que o sujeito aos poucos, vá se desenvolvendo e modificando a sua visão de mundo. O egocentrismo, presente no início da vida das crianças, deverá dar lugar a uma descentralização, ou seja, o indivíduo começa a interagir com o mundo de forma a compreender o que se passa ao seu redor, distinguindo-as do seu próprio “eu”, tendo assim, capacidade de reversibilidade. A partir do momento em que a criança consegue voltar a sua afetividade ao outro, reconhecendo este outro como um “não-eu” a descentralização vai configurando-se e a autonomia solidificando-se. Na interação com o outro, ela vai descobrindo novas formas de ver o mundo e estruturar as suas próprias “regras” de vida, pois vai criando a capacidade de colocar-se no lugar do outro, podendo ver com mais clareza que as suas atitudes interferem na vida do próximo, e em intercâmbio com esse próximo, a aprendizagem acontece, visto que a sua maneira de pensar vai transformando-se cada vez mais através de suas experiências.
A afetividade entra neste processo de forma muito forte, já que estamos falando da interação com o outro, com o que está fora de mim.
O professor Eliseo lança no fórum a questão sobre a existência de uma afetividade no mundo ead. Creio que as colegas salientaram bem que não é porque estamos a distância, que não criamos vínculos com professores e colegas, já que utilizamos os mais diversos meios para manter contato e também as aulas presenciais fortalecem este vínculo. Porém, as colegas também colocaram a idéia de que a impessoalidade através do computador pode fazer com que estas relações não sejam tão profundas, pois não temos a expressão, o toque, a voz daquela pessoa próxima de nós, o que poderia estreitar ainda mais os laços afetivos. Tendo em vista que somos “crescidinhas” e que dispomos de outros meios para relacionarmos mais fortemente com as pessoas, não penso que a modalidade ead acabe por prejudicar essa afetividade, mas penso que nos dias de hoje, essa nova geração que está sendo criada em frente ao computador possa ter defasagem neste área. Não é muito raro encontrar pré- adolescentes relatando que prefere ficar em frente ao computador através do MSN ou orkut, do que pessoalmente com os amigos. Esta impessoalidade desde cedo acaba fazendo com que estes pontos comentados acima possam fazer falta para a construção psíquica mais sólida (voz, o toque, a expressão, etc).
No meu ponto de vista as crianças de agora estão muito mais “frias” umas com as outras no contato pessoal. Não desmereço a tecnologia como forma de aproximação das pessoas, apenas acho que ela não deva prevalecer ao contato pessoal, a experiência “ao vivo” com o outro, e a geração atual não está “entendendo” isso. Creio que nós como professores tenhamos que desempenhar o papel de resgatar essa troca com o outro fisicamente para poder dar um suporte sólido e boas oportunidades de interação com o outro, para assim desenvolver-se cognitivamente e afetivamente de forma intensa.
Assim, apesar dos estudos deste mestre serem antigos, assim como Comênio, Piaget traz questões muito atuais a serem colocadas em prática no sentido de fazer com que o nosso aluno se desenvolva cada vez mais por inteiro, por completo, dentro das necessidades atuais, sem esquecer que sua base de formação da aprendizagem deve ser observada de acordo com as suas potencialidades, bem como ele nos coloca.

domingo, 8 de novembro de 2009

Surdo ou deficiente auditivo?

A interdisciplina de LIBRAS vem para abrir nossas idéias em relação à diversidade, assim como tantas outras no curso (Inclusão, Etnico-raciais, etc). Porém, esta para mim tem um gostinho especial, pois este mundo das pessoas que não ouvem em um outro mundo extremamente movido a som desperta-me muita curiosidade.
Uma das primeiras aprendizagens relaciondas à LIBRAS foi a diferenciação de SURDO e DEFICIENTE AUDITIVO. Deficiente auditivo é aquela pessoa que tem problemas de audição, e o surdo também, mas o que diferencia um do outro é que o surdo assume uma identidade surda, frequenta a comunidade surda e se comunica através da LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS.
Sendo assim, a LIBRAS vêm para servir como uma forma de comunicação a (nivel nacional). Ela é baseada em configuração de mão, Locação, Movimentos, Orientação das mãos, Expressão facial e/ou corporal. ou seja, todos os movimentos feitos devem observar o formato em que a mão está, a localização da mão e a expressão facial. Com base nisso, devemos pensar nas formas mais adequadas que nós ouvintes, desconhecedores da LIBRAS, podemos fazer para que haja uma boa comincação, como por exemplo falar pausadamente, olhando pra pessoa, se possível fazendo uma expressão facial que possibilite-o a entender pelo menos a idéia de que estou falando, arriscaria também alguns gestos caso . A escrita também seria uma forma adequada, quando estamos em um ambiente que possibilita a escrita, ainda que a tecnologia hoje facilite muito via tefefone, MSN, etc. O contato visual é o que norteia a conversa. Por vezes vemos muitas pessoas falando alto com as pessoas surdas, o que sabemos que não faz diferença, visto que a visão configura-se como peça fundamental para a comunicação.
Assim, solidifico cada dia mais a minha opinião de que possuir algum problema orgânico não é motivo tanto para discriminação dos outros como forma de preconceito, quanto para si mesmo, pois a sociedade atual, por mais preconceituosa que seja com aquele que não assume os padrões básicos (loiro, alto, magro, bonito, perfeito), ao mesmo tempo disponibiliza meios para que a própria pessoa encontre maneiras de exaltar o melhor que há nela. Creio que a comunidade surda faz isso com grande desenvoltura, pois conhecendo um pouco mais dessas características, fico pensando qual outra comunidade de “ouvintes” que é tão unida e tão bem organizada como esta? Nenhuma. A identidade surda é motivo para orgulho, pois faz com que a união reforce um modo de vida que traz alegria, união e força, e não sofrimento.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Didática Magna



Em 1638 Comênio conclui a sua Obra "Didática Magna". Observe agora 4 princípios básicos de como a sua idéia era estruturada:

"1. A consideração do aluno: Este elemento é da maior importância, até porque em muitas pedagogias tradicionais, o aluno, suas necessidades e suas capacidades não são consideradas, o enfoque da pedagogia se concentra no professor e nos conteúdos a serem trabalhados. Ao contrário disso, Comênio chama a atenção para respeitar a capacidade de compreensão do aluno (cap. 162), não sobrecarregar as aulas, progredir do fácil para o difícil, cuidar da motivação dos alunos (cap. 17), animar os alunos a ensinarem uns aos outros (cap. 18) e alterar o trabalho com descanso através de conversa, brincadeira ou música (cap. 15).

2. O ensino igual para todos: Como Comênio já explica no prefácio, a importância da educação para o ser humano exige uma educação para homens e mulheres e para todos os grupos sociais.

3. O realismo do ensino: A aprendizagem deve começar, segundo Comênio, a partir dos sentidos, da percepção, da experiência do aluno, e não a partir de teorias abstratas. Neste sentido, Comênio acusa as escolas de formarem alunos que normalmente só conseguem repetir nomes e conceitos sem compreenderam do que estão falando. Contra isso, ele propõe que os alunos façam experiências por conta própria e aprendam a partir das próprias observações e não somente repetindo o que outras pessoas disseram (cap. 18).

4. Finalmente queremos destacar a importância que Comênio atribui ao bom relacionamento entre professor e aluno como fundamento para a aprendizagem do aluno (cap.19)."

Podemos dizer que estas idéias são ultrapassadas? Fora da atualidade? Sem fundamentação nenhuma? É muito estranho, que ao passar de tantos anos as suas idéias não estejam tão distantes do nosso dia- a -dia. Será que os alunos continuam os mesmos? Certamente que não! Será que os professores continuam os mesmos? Evidente que não! Ou seriam os estudiosos da área que não se aprofundaram? Grande engano! O tempo passou, as pessoas mudaram, a educação ganhou novas formas, mas a essência da verdadeira educação não muda, diante de qualquer tempo ou espaço. Estes quatro princípios citados acima a cada dia que passa tornam-se cada vez mais atual, porque não fala de uma aprendizagem superficial e sim destaca a importância de uma aprendizagem como experiência de vida, e princípios de respeito, dignidade e vontade de aprender são imortais e indispensáveis a qualquer ser humano, em qualquer época.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Nosso ofício carrega uma longa memória...


Prefiro pensar que o aprendizado vem dos primeiros contatos e vivências dos mestres que por longos anos tivemos, desde o maternal. As lembranças dos mestres que tivemos podem ter sido nosso primeiro aprendizado como professores. Suas imagens nos acompanham como as primeiras aprendizagens. (...) Repetimos traços de nossos mestres que, por sua vez, já repetiam traços de outros mestres. Esta especificidade do processo de nossa socialização profissional nos leva a pensar em algumas marcas que carregamos. São marcas permanentes e novas, ou marcas permanentes que se renovam, que se repetem, se atualizam ou superam”. (Miguel Arroyo, Ofício de Mestre, 2002, p. 124)



Ao ler este excerto de Miguel Arroyo, fiquei me perguntando onde estariam as minhas marcas configuradas pela presença de meus primeiros professores, e pensando bem, elas estão muito mais nítidas do que eu pensava. Vejo que a influência da minha primeira professora não é tão forte, mas a professora da Primeira série sim! Talvez este seja um dos motivos também pela minha paixão por alfabetização. Lembro-me perfeitamente da sua doçura ao nos tratar com calma, mas com severidade quando necessário, sempre estando com seu colo cheio de crianças fazendo fila pra sentar. Assim também sou eu, com esta característica de ao mesmo tempo amabilidade e "severidade" quando necessário. Creio que esta seja uma das principais características e mais importantes da educação de qualidade.

Fico agora pensando... será que algum dia, algum aluno meu também carregará dentro da sua profissão algum traço que eu deixei? Certamente ficarei muito orgulhosa se isso ocorrer!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Projeto de aprendizagem

Neste semestre novamente trabalhamos com Projetos de Aprendizagem. O que torna-se cada vez mais interessante o trabalho de pesquisa. Este semestre participei com as colegas sobre os estudos com a pergunta norteadora: "até onde o papel dos pais influencia na vida escolar do aluno?".


Foi muito interessante pesquisar sobre o assunto e descobrir que os pais cada vez mais tem tornado-se figuras indispensáveis para a melhora do rendimento escolar.
Quanto ao Projeto de Aprendizagem em si, creio que esta seja uma ferramenta muito interessante e vem ao encontro de vários estudos realizados no semestre. De acordo com a teoria da aprendizagem, o indivíduo para seu desenvolvimento integral necessita de troca, de relações de autonomia, pesquisa e reflexão. Da mesma forma, vimos que para que haja um desenvolvimento moral para combater a agressão nas escola é essencial a construçao dessa autonomia. Fica a dica da construção com os alunos de um Projeto de Aprendizagem que busque formas de mudança de comportamento na escola. Assim, poderão dar a sua opinião e promover estratégias próprias para a melhoria tanto do convívio como da própria aprendizagem.

Turma da Febeca


A inclusão social é um desafio atual muito delicado. Ao mesmo tempo que dentro das escolas não há preparo para receber alunos com necessidades especiais, tanto na parte física, como na parte de preparação dos profissionais, estes sujeitos precisam desenvolver-se e a escola precisa propiciar este desenvolvimento.
Muitas vezes o desafio maior, além do trabalho específico com os alunos especiais, é a aceitação dos outros no cotidiano. Uma maneira que ajuda muito a discussão sobre o assunto é a contação de histórias. Existe um site chamado Turma da Febeca:
http://www.megaterio.com.br/febeca/index.html
Onde o autor, Victor, elaborou diversas histórias envolvendo o tema de inclusão. Todas as personagens possuem algum tipo de necessidade especial, e transformam aquilo que "seria um problema", em algo postivo. Em forma de história em quadrinho, Victor consegue falar de maneira extremamente clara e objetiva que ter alguma necessidade especial não significa ser "menos" que outras pessoas.
A nós professores, frente ao desafio da inclusão, cabe procurar estratégias para que a sala de aula seja um espaço de aprendizagem para todos. Não é porque falta-nos materiais ou uma preparação mais consistentes que os sujeitos ficarão sem assistência ou atenção!
Não precisamos incluir apenas para dizer que estamos incluindo! Precisamos incluir porque é papel da escola rever as formas de inclusão existentes, pois de nada adianta somente matricular um aluno e dizer que isto é inclusão! Precisamos de forma efetiva fazer a diferença na vida de todos!

Desenvolvimento Moral


Situações de agressão em sala de aula, ou dentro da escola em geral, já não são mais motivos de “espanto” para nenhum professor. Eu me questiono muito sobre isso, apesar das leituras me fazerem compreender que existem fatores no desenvolvimento da criança que necessitam ser vistas por um outro ângulo, penso que não adianta apenas compreender o porquê dessas ações, precisamos mesmo é de ações que sejam de real validade para que a escola não seja mais vista como um “ring”.

Hoje em dia é muito comum professores sem saber o que fazer com tamanha agressão que presenciam diariamente. Neste semestre estudamos sobre a teoria da aprendizagem, e compreendemos que o processo para que o aluno saia da heteronomia e passe à autonomia é delicado e requer muito cuidado, porém, configura-se como uma peça-chave do conhecimento para o seu desenvolvimento moral. A autonomia é o principal fator que leva a aprendizagem em qualquer âmbito. Quando a pessoa pensa por ela mesma, cria estratégias e torna-se capaz de avaliar situações e refletir por si só em relação a um determinado assunto. “O pensamento moral autônomo permite que a pessoa reaja a partir de uma norma, mas tendo consciência para avaliar seu contexto” .(PICETTI, Jaqueline dos Santos. Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?)

O trabalho para conscientização de que agressão física não leva a nada, requer também que tenhamos compreensão de que no mundo atual os pais estão "educando" seus filhos de forma a nunca recber um "não", e qu por isso, muitas vezes a aceitação de outras formas de relacionamento sejam dificilmente acietas. Porém, cabe à escola mostrar para estes alunos que a vida nem sempre é do jeito que a gente quer e que os "nãos" estão por toda a parte, sendo que não é através da agressão que o mundo vai girar à sua forma. Desta forma, a autoridade que desempenhamos é essencial para a construção de ações em conjunto, de estratégias pensadas também pelos alunos, sem perder de vista que estas são necessárias, bem como o respeito para com o professor, para o bom andamento não só da escola, mas da sociedade como um todo. “A autoridade do professor é inerente a sua função e necessária ao ato pedagógico. O prestígio ou a autoridade está presente na relação professor-aluno, e, para que seja possibilitado o desenvolvimento da autonomia moral, o professor precisa fazer com que a criança sinta-se participante ativa na organização das regras e nas decisões da sala de aula. Ela precisa ser solicitada para trabalhar em grupo (ARAÚJO, 1996).”

domingo, 19 de julho de 2009

Diversidade etnico-racial

“Todo brasileiro, mesmo o alvo,
de cabelo louro,
traz na alma,
quando não no corpo,
a sombra,
ou pelo menos a pinta,
do indígena ou do negro...”

Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala


Gilberto Freyre traz nessa frase o que muitos não querem ouvir. Todos nós temos muito mais de negros e índios do que pensamos.

Depois das atividades realizadas neste semestre em relação à raça e etnia, concluo que a nossa sociedade ainda precisa aprender e muito a valorizar e respeitar todas as culturas. A escola é um espaço social onde será, para algumas crianças, local de reflexão sobre uma cultura de superioridade branca imposta há muitos anos. O termo índio, introduzido erromeamente, fez com que ocorresse anos mais tarde um gancho para que todas os seus grupos pudesses se unir e lutar para que a sua rica cultura não seja esfacelada, e sim cada vez mais respeitada, e no meu ponto de vista, vista também como exemplo de pessoas que lutam pelo que querem e dão exemplo de grupo social que foi ameaçado, e por vezes efetivamente, esmagado por uma cultura e modo de vida competamente diferente do que eram acostumados e ainda assim até hoje estão aí para nos ensinar valores lindos de vida.
Bem como os índios, a cultura negra também precisa ser valorizada, e o nosso papel aqui é ainda mais direto, pois o número de alunos negros que temos, em relação aos indios, é muito maior. Dentro de nossa sala de aula existem muito mais problemas provenientes de falta de aceitação da sua própria raça do que a gente imagina. Através do nosso trabalho de entrevista pude constatar isso com mais certeza. A baixa auto-estima do aluno negro é muito recorrente, e isso pode fazer com que ele também não se sinta pertencente àquele grupo dentro da sala de aula, ocasionando assim um sentimento de inferioridade e de precoce falta de potencial para aprendizagem (na cabeça do aluno). Cabe a nós, professores, fazer com que estes alunos consigam enxergar o quanto a sua individualidade é mportante, bem como a cultura que cada um pertence, sendo a cultura afro uma das mais ricas e importantes para nossa formação, sendo motivo de orgulho, e não de vergonha!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Formas de dominação

A partir do texto sobre Adorno, venho me perguntando se hoje em dia nós não estaríamos inseridos em uam espécie de Auschwitz "disfarçada", amenizada. Ouso em falar isso... Mas sustento minha afirmação com base em alguns tópicos. O que foi Auschwitz? Não foi uma demonstração de total falta de consideração com o outro? Uma demonstração de poder supremo? Uma demonstração de que o poder sobre os outros, ou a superioridade, traz mais sentido para a vida de quem domina do que qualquer outra coisa? Uma demonstração de que o ser humano precisa sentir-se superior? E o que vivemos hoje em nossa sociedade? Também não é a falta de valores? A ganância por TER o poder, ou SER melhor que o outro?
Assim, hoje em dia em nossas escolas o que mais vemos é este sentimento de dominação selvagem para com o próximo. O sentir-se melhor ou "maior" que o outro faz com que cada vez mais cresça e renove-se essa idéia de poder, que resultou em Auschwitz décadas atrás. Levando-se em consideração que no início do nazismo havia grande influência de vídeos e atitudes que exaltavam determinados grupos, hoje ocorre o mesmo. Assim, quem vive dentro de um ambiente em que o traficante comanda, jamais o desrespeitará, seguirá exatamente tudo o que ele disser. E isso se reflete dentro de nossa sala de aula. A tentativa desenfreada dos alunos de "dominarem", de se sentirem "superiores" está aumentando cada vez mais. Qual a escola em que o bullying não esteja presente hoje? o tentativa de pôr medo tanto na professora, como nos colegas, só nos mostra que os princípios de uma sociedade mais humana e igualitária estão indo para cada vez mais longe. É árdua nossa tarefa de enfrentar de cabeça erguida essa situação, mas cabe a nós, sermos de repente uma tábua de salvação para alguns alunos, apontando caminhos, princípios éticos, respeito às diferenças e principalmente ajudando eles a enxergarem a importância da sua autonomia para a sua vida.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Hardball - O jogo da vida

Quando fui olhar o filme "O Clube do Imperador", ao locar o dvd, veio junto um outro filme, pois a "embalagem" era dupla. Não ia assistir, pois remetia à idéia de baseball, que eu parpicularmente não acho interessante, mas como sou fã do Keanu Reeves, resolvi dar uma espiadinha...
Realmente, pra mim, tornou-se um dos melhores filmes que já assisti em toda a minha vida!! Trata-se da história de um homem cheio de dívidas e sem rumo na vida, que para pagar a sua dívida teve que treinar alguns meninos de uma periferia. Ele acaba se envolvendo não somente com os alunos, mas com a professora, e juntos, fazem uma parceria... Ele ajuda os alunos com o incentivo à leitura, e ela com o esporte! Ele acaba criando um laço muito forte com os alunos, se envolve e busca estratégias para que o time, que não tinha a princípio nenhuma chance de vencer o campeonato, vire o grande campeão. Em sua última aposta, realizada para pagar suas dívidas, ganhou uma bolada, e ao invés de refazer apostas, resolveu investir esse dinheiro em uniformes para os alunos, levando-os em um verdadeiro jogo da liga profissional, fazendo assim, um grupo com empenho e segurança, sabendo que poderiam d
ar o melhor de si!
O que mais me tocou no filme, (fazendo agora uma coisa muito feia, que é contar o final, hehe, mas preciso fazer isso para explicar o tamanho da admiração que adquiri sobre ele) foi a parte final, em que um menininho, que não podia jogar por falta de idade, mas acompanhava todos os passos do time, foi morto por um tiro dado por bandidos ao chegar em casa no dia da final. Então, no velório do menino, o professor fez um discurso,relatando o fato de que aquele menino havia mudado a vida dele, pois no momento em que ele teve que entrou em campo, uma única vez, a felicidade que o menino sentiu, fez ele ver que poderia ser uma pessoa melhor,e que ele poderia fazer a diferença! Ele acaba tornando-se funcionário da escola para desenvolver oficinas.
Isso me faz ver que nem tudo está perdido! Que quando existe empenho e abertura da parte do professor para que exista um laço forte de amizade e cumplicidade entre as partes, tudo fica mais fácil! Conner renunciou uma vida sem propósito, e acabou por si mesmo descobrindo meios para incentivar aquele time a vencer! Estimulou, encorajou, tornou-se amigo! Assim, nós também, como professores em nossa sala de aula devemos procurar essas estratégias!


Gostei tanto do filme que passei para os alunos do turno da manhã na escola, em consequencia de um projeto de resgate de auto-estima! Quando perguntei a eles por que achavam que o menininho que era muito pequeno e não treinado para aquele tipo de jogada que fez a diferença na partida, acertou em cheio... ao invés de reponderem: "porque ele acreditou que podia!" responderam: "porque ele acreditou no que o treinador disse!"Isso me tocou muito, e fez com que nesta fase de desânimo geral dentro da profissão em que estou passando, surgisse como um fiozinho de esperança, valorizando meu trabalho, já que sempre fiz tudo o que pude para que meus alunos se sentissem capazes de realizar qualquer coisa!


Sendo assim, fica a dica do MARAVILHOSO filme! ;)

domingo, 12 de abril de 2009

6º Semestre




Olá pessoal!

Estamos chegando cada vez mais na reta final de nosso curso! Agora estamos no Eixo VI!
Este semestre promete ser muito proveitoso, principalmente quando trata de assuntos que muitas vezes, passam em branco em nossas escolas... filosofia, educação especial e questões etnico raciais!
Lidar com as diferenças é sempre muito complicado e faz com que as nossas aulas seja um desafio a cada dia, não só em datas especiais ou para dar a entender que somos todos iguais, não passando apenas de uma ilusão, sem consistência real e prática no cotiano escolar!

E por falar em prática... Nossa interdisciplina de Psicologia também vem nos desafiar sobre qual o tipo de educadores estamos sendo, e de que forma podemos
(ou devemos) repensar no nosso dia-a-dia de sala de aula, sem blá-blá-blá! Mas de uma forma mais sincera, sem tantas coisas superficiais.
Aliás, creio que este semestre veio para nos desacomodar do "discurso", e fazer-nos acordar para uma prática de corpo e alma!
E é disso que eu gosto! Em geral os cursos de Pedagogia ou cadeiras afins em educação tem muito de uma "utopia", e o que me faz amar o PEAD é justamente a provocação durante os nossos estudos para que a nossa prática seja muito mais importante que apenas um discurso lindo!

E vamos lá!